Thursday, April 26, 2007

Para não dizer que não falei de bolas

De Léo Lousada

Como hoje a moda são as trilogias, eu me dei conta que há 45 dias, eu iniciei uma sem querer. Escrevi uma crônica falando do Pinto, meu sobrenome, e há 15 dias, falei do saco, o saco cheio. Então resolvi fechar a trilogia falando de bolas, bolas fora.
Tenho que confessar que sou rei da bola fora. Já dei tantas bolas fora que já perdi a conta. Mas de que servem essas bolas se elas não nos fazem rir, né? O negócio é não ficar bola ‘murcha’, é rir da situação.
Uma das que eu mais me lembro foi quando eu fui alugar meu primeiro apartamento para morar sozinho, isso lá pra 1996, e ao chegar ao prédio fui acompanhado pelo porteiro ao respectivo apê, já tendo conhecimento do preço do aluguel. Ao abrir a porta eu me deparei com um pardieiro. Automaticamente fiz a ligação de preço-local e minha boca grande desandou a falar mal da velhinha que era dona do apartamento. Chamei a pobre velha de todos os adjetivos da terceira idade que consegui lembrar pelo absurdo da cobrança. Quando me acalmei e olhei para trás, adivinha quem estava lá parada e com cara de quem tinha visto a Dercy Gonçalves pelada? Pois é....a velhinha. Ora Bolas! Eu lá ia adivinhar que ela estava ali. Bem...trauma superado, bola pra frente.
Logo em seguida eu fiz uma viagem para os EUA. A boa e velha Disney. Resolvi que ia passar um mês lá para conhecer bem a Flórida. Com o passar dos dias eu comecei a sentir falta de ouvir alguém falar em português e tava ficando de saco cheio (olha ele aí de novo) de ouvir inglês o dia todo. Até que em um certo parque, encontrei dois caixas de uma daquelas lojas de bugigangas que eram americanos, mas que estavam loucos para aprender português, e é lógico que a primeira coisa que eles quiseram ouvir foram os palavrões. No meio desta lição valiosa, eu ainda tentava fazer minhas compras e foi nessa hora, distraído, que eles perguntaram como seria o “de nada” em português. Eu sem raciocinar o que estava acontecendo, respondi sem pestanejar: é foda-se. Pronto, a bola tava levantada e a cortada não iria demorar. Não deu nem dois minutos para uma brasileira aparecer, comprar e mandar um thank you, que foi prontamente respondido pelos dois atendentes em uníssono com um empolgado FODA-SE. Eu não consegui desfazer o mal entendido porque estava me debulhando de rir, a ponto de perder a fala.Estas são apenas algumas amostras do potencial bolístico que possuo. Quem sabe nos comentários meus amigos não cuidam de me lembrar de mais algumas bolas foras, hein?

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