Cronista Convidado: Fábio Pacheco
Muito bem mulheres, leiam com atenção. Vocês devem tomar cuidado com certos tipos de rapazes. Esses que dirigem por aí, ouvindo malditas músicas altas sem sentido algum e que ninguém liga. Percebam que eles só as deixam no último volume para chamar a atenção enquanto dirigem, certos de que vocês vão se atirar dentro do carro e depois colocar a cabeça para fora e gritar "Ai ai, eu adoro quando você coloca Bonde do Tigrão bem alto assim!". TÁ BOM. O que vocês devem fazer é: mirem nos pneus e explodam a droga toda.
E cuidado também com esses caras que só aparecem no final de semana e tudo o que fazem é assistir futebol e a cada cinco minutos dizer "Ei gatinha, pegue mais uma cerveja pra mim?". AHH! Fale para esse gordo bastardo levantar e pegar ele mesmo! E se ele der uma resposta do tipo "Mas eu trabalho a semana toda", diga-lhe que é o mínimo que ele pode fazer já que alguém já ficou com o bebê dentro da barriga por nove meses.
Mas e as mulheres? Homens, tomemos cuidado com as que usam jóias caras. Sabe o tipo de pessoa que tem quinze tipos diferentes de anel em cada dedo? E as idiotas que usam "plaquinhas" com o próprio nome? Pior ainda se tatuarem o próprio nome no corpo. Será que são TÃO idiotas, a ponto de acordarem de manhã e dizerem "Oh Deus, Qual é meu nome!?", e aí devem se olhar ao espelho e aí sim vem a resposta, "Ah sim, eu sou a Catiulssa". Há um bom teste para saber de tudo isso: se enquanto estiverem andando no shopping, ela lhe puxar pelo braço para uma loja de jóias, arremesse-a no vidro e corra, pois você não quer viver com uma maldita árvore de natal a vida toda.
E minha melhor dica sobre relacionamentos é: deixe o outro em paz. Não se preocupe demais. Não tente dominar ninguém. Deixe o outro ser independente. Veja que logicamente há pessoas que não conseguem viver assim. Por exemplo, se sua garota passar pela sala com uma camisinha na cabeça e você sentir aquela vontade de perguntar a ela o que está acontecendo, não pergunte. Ao invés disso, tente confiar na individualidade de cada um.
Se isso não funcionar, sabe de uma coisa? Que se f***! Deixe que ela caia de tão doente. E morra! Você é melhor que isso e não deve tentar se aprovar pela vida de outra pessoa. Todo mundo é uma ilha e pode ser uma ilha. Você necessariamente não precisa de outro para viver a vida. Portanto pare de procurar algo que não está "lá" e viva.
Saturday, March 31, 2007
Friday, March 30, 2007
O verde das folhas das árvores.
De Leandro Molino
Sempre, em qualquer relacionamento humano, nos deparamos, hora ou outra, com a questão do que é e do que não é verdade. Como um dogma, o tema “verdade” surge em nosso tempo como uma das pilastras de sustentação dos relacionamentos pessoais e profissionais. Todavia, pecamos em dois níveis nesse sentido: primeiro, ao tentarmos definir o que seja a verdade; segundo, ao elegermos um dos mais frágeis conceitos, a verdade, como elemento de relevo para a condução de nossas vidas. Parece loucura afirmar isso? Então, observe: conviver significa, antes de qualquer coisa, aceitar; é somente em decorrência desta aceitação é que conseguimos compartilhar efetivamente impressões, sensações, receios e reflexões; e somente aptos a compartilhar é que convivemos harmoniosamente, pois aprendemos a aceitar as diferenças, principalmente no que tange à leitura dos fatos e acontecimentos. Ao depararmo-nos diante de conceitos inflexíveis, nos postamos defronte de obstáculos quase intransponíveis à arte da convivência. Não estou apregoando, diga-se, o “império da mentira” como a solução para as nossas diferenças. Todavia, o que o “império da verdade” produziu de positivo para as nossas vidas? Apenas ressalto que ao elegermos, de forma puritana, a verdade como único conceito de correção, mais nos equivocamos do que acertamos. Por uma questão natural, o ser humano não é um animal que disponha de uma única cor, de uma única forma, de um único tamanho. Portanto, nós, humanos, não somos uniformes, seja física ou intelectualmente. Geneticamente apresentamos muito mais semelhanças do que imaginamos. Mas na aparência, na forma de pensar e, principalmente, na de agir, somos diametralmente diferenciados uns dos outros. E se somos seres tão díspares, por que eleger um conceito que permite as mais variadas interpretações como elemento de relevância para a nossa convivência? Será que o mesmo verde que vejo nas folhas das árvores é o que você vê? Será que este verde apresenta a mesma nuança, a mesma tonalidade para todos nós? Concordamos que estas folhas sejam verdes e essa nossa concordância cessa aí. Não estou autorizado a exigir que você veja o “meu” verde; nem você que eu somente enxergue o “seu” verde. E esse é o nosso maior erro no trato com as outras pessoas, pois existe (e isto é fato!) a verdade oficial, a real e a sua verdade, que decorre da personalíssima análise dos fatos. É muito comum que pessoas que pertençam à mesma classe social, que tenham recebido uma educação similar e que disponham de um grau de cultura equânime analisem um mesmo hipotético fato de maneira absolutamente diferenciada uma da outra. Imagine a gravidade desta ocorrência no contexto de uma sociedade inteira, tão dissolvida pelas diferenças quanto a nossa? E não me refiro ao caso do nosso País, o glorioso e sempre futuramente próspero Brasil. Em todo o mundo convivemos desta mesma forma, especialmente no Ocidente, sem “recordarmos” que essencialmente somos diferentes uns dos outros. Nosso equívoco, assim, está em elegermos um conceito que admite interpretações variadas como o mais relevante elemento de julgamento. Se você somente fala a verdade, é uma pessoa boa. Mas de que verdade nos referimos? Por que, ao invés de simplesmente aceitarmos este conceito, não promovemos uma real revolução, aprendendo a efetivamente aceitar estas diferenças? Talvez muitos dos nossos problemas de convivência, muitas das questões sociais que nos afligem, apresentem como “receita” essa nossa inflexibilidade, a de exigirmos, sempre, a “verdade”. Por que não exigirmos, além da verdade, o amor? Talvez este seja o primeiro passo para uma efetiva mudança comportamental que repercutirá, certamente, em todos os níveis dos nossos relacionamentos. Estaremos, conseqüentemente, aceitando, tolerando, as nossas diferenças e compreendendo que não é a partir da imposição de conceitos que, enfim, evoluiremos.
Sempre, em qualquer relacionamento humano, nos deparamos, hora ou outra, com a questão do que é e do que não é verdade. Como um dogma, o tema “verdade” surge em nosso tempo como uma das pilastras de sustentação dos relacionamentos pessoais e profissionais. Todavia, pecamos em dois níveis nesse sentido: primeiro, ao tentarmos definir o que seja a verdade; segundo, ao elegermos um dos mais frágeis conceitos, a verdade, como elemento de relevo para a condução de nossas vidas. Parece loucura afirmar isso? Então, observe: conviver significa, antes de qualquer coisa, aceitar; é somente em decorrência desta aceitação é que conseguimos compartilhar efetivamente impressões, sensações, receios e reflexões; e somente aptos a compartilhar é que convivemos harmoniosamente, pois aprendemos a aceitar as diferenças, principalmente no que tange à leitura dos fatos e acontecimentos. Ao depararmo-nos diante de conceitos inflexíveis, nos postamos defronte de obstáculos quase intransponíveis à arte da convivência. Não estou apregoando, diga-se, o “império da mentira” como a solução para as nossas diferenças. Todavia, o que o “império da verdade” produziu de positivo para as nossas vidas? Apenas ressalto que ao elegermos, de forma puritana, a verdade como único conceito de correção, mais nos equivocamos do que acertamos. Por uma questão natural, o ser humano não é um animal que disponha de uma única cor, de uma única forma, de um único tamanho. Portanto, nós, humanos, não somos uniformes, seja física ou intelectualmente. Geneticamente apresentamos muito mais semelhanças do que imaginamos. Mas na aparência, na forma de pensar e, principalmente, na de agir, somos diametralmente diferenciados uns dos outros. E se somos seres tão díspares, por que eleger um conceito que permite as mais variadas interpretações como elemento de relevância para a nossa convivência? Será que o mesmo verde que vejo nas folhas das árvores é o que você vê? Será que este verde apresenta a mesma nuança, a mesma tonalidade para todos nós? Concordamos que estas folhas sejam verdes e essa nossa concordância cessa aí. Não estou autorizado a exigir que você veja o “meu” verde; nem você que eu somente enxergue o “seu” verde. E esse é o nosso maior erro no trato com as outras pessoas, pois existe (e isto é fato!) a verdade oficial, a real e a sua verdade, que decorre da personalíssima análise dos fatos. É muito comum que pessoas que pertençam à mesma classe social, que tenham recebido uma educação similar e que disponham de um grau de cultura equânime analisem um mesmo hipotético fato de maneira absolutamente diferenciada uma da outra. Imagine a gravidade desta ocorrência no contexto de uma sociedade inteira, tão dissolvida pelas diferenças quanto a nossa? E não me refiro ao caso do nosso País, o glorioso e sempre futuramente próspero Brasil. Em todo o mundo convivemos desta mesma forma, especialmente no Ocidente, sem “recordarmos” que essencialmente somos diferentes uns dos outros. Nosso equívoco, assim, está em elegermos um conceito que admite interpretações variadas como o mais relevante elemento de julgamento. Se você somente fala a verdade, é uma pessoa boa. Mas de que verdade nos referimos? Por que, ao invés de simplesmente aceitarmos este conceito, não promovemos uma real revolução, aprendendo a efetivamente aceitar estas diferenças? Talvez muitos dos nossos problemas de convivência, muitas das questões sociais que nos afligem, apresentem como “receita” essa nossa inflexibilidade, a de exigirmos, sempre, a “verdade”. Por que não exigirmos, além da verdade, o amor? Talvez este seja o primeiro passo para uma efetiva mudança comportamental que repercutirá, certamente, em todos os níveis dos nossos relacionamentos. Estaremos, conseqüentemente, aceitando, tolerando, as nossas diferenças e compreendendo que não é a partir da imposição de conceitos que, enfim, evoluiremos.
Thursday, March 29, 2007
Crônica do Pinto
De Léo PINTO Lousada
Pinto! Pinto! Pinto! Calma meninas, não é promoção! É o meu sobrenome!
Pois é, o Lousada também é, mas eu costumo tirar e botar o Pinto quando me convém. E foi assim desde pequeno.
No meu primeiro colégio foi onde passei aquela fase triste da infância onde a palavra Pinto está no topo das mais engraçadas, ainda mais se é o nome do sujeito. Lá, obviamente, eu era motivo de risadas e brincadeiras na hora da chamada. Parecia praga, mas toda vez que eu mentalizava para o professor só falar meu nome, ele sempre soltava o Pinto junto com o nome. E tinha professor que adorava escancarar meu Pinto para toda classe. Juro que na minha inocência infantil eu nem percebia que muitos deles faziam de propósito.
Depois mudei de colégio e percebi que meu Pinto não era famoso no novo colégio. Isso pode parecer estranho, mas era legal não ter o Pinto famoso. Até que enfim um Pinto anônimo, ufa! Os professores só me chamavam pelo nome e nada de Pinto.
Até que um belo dia o Pinto resolveu mostrar-se em toda sua magnitude. Quase no fim do ano, houve uma daquelas campanhas de vacinação que o colégio inteiro se juntava no pátio para tomar uma dessas vacinas que deixam marca para sempre no seu braço. Quando o médico da vacinação anunciou o primeiro nome da lista para ser vacinado, eu soube que, ouvir na frente de todo mundo “Pinto”, ia ser duro! E não tardou o médico soltou um sonoro Leandro PINTO Lousada. E lá se foi um Pinto encolhido e vermelho de vergonha ser vacinado. A partir daí o Pinto tava famoso e não se falava em outra coisa na minha classe a não ser do meu Pinto. Ah, a infância! A época em que podemos ser sádicos sem ninguém nos recriminar e ainda nomear esse sadismo de “veracidade infantil”. Lembro das tias que sempre falam: “Você sabe, né? Criança não mente, não tem maldade”.Sei...
Ora, depois do colégio o Pinto cresceu e não cresceu um Pinto complexado. Cresceu um Pinto altivo e com orgulho do nome. O Pinto estava agora na faculdade e trabalhava bastante. Era um Pinto que começava aos poucos a se sustentar sozinho. Quase um exemplo de Pinto. Foi quando eu percebi que ter ou não Pinto, no nome, não fazia mais diferença.
E então o que antes eu tentava esconder, agora eu queria saber qual era a origem. De onde tinha vindo meu Pinto? Por onde ele andou? Seria um Pinto europeu mesmo? Ou um Pinto desconhecido? Será que eu era um dos grandes Pinto?
Nunca cheguei a realmente procurar de onde vinha, mas tinha curiosidade sobre meu Pinto. Até que um outro Pinto famoso, o Ziraldo, esclareceu de onde vinha o Pinto:
“Fiquem sabendo que nós, os Pintos, não somos cristãos-novos como os que têm sobrenome de bichos – Coelho, Carneiro, Raposo, Leão – ou nome de árvores, como Carvalho, Pinheiro, Macieira, Pereira, Oliveira, etc. Nós somos descendentes dos judeus morenos da Península Ibérica, os Sefardins. Quando os árabes chegaram à Portugal, encontraram os lusos que eram branquíssimos, descendentes dos Celtas. Os lusos – os primeiros portugueses – levaram o maior susto com aquela gente morena e achavam que nossa turma era pintada de marrom. E passou a chamar a gente de pinto, ou seja, o particípio passado sincopado do verbo pintar (assim como ganho e ganhado). Pinto quer dizer pintado. Ou seja: moreno.”
Tenho que dizer que não sou moreno, mas sou Pinto. E com mais orgulho de saber por onde meu Pinto andou.
E dá-lhe Pinto!
Pinto! Pinto! Pinto! Calma meninas, não é promoção! É o meu sobrenome!
Pois é, o Lousada também é, mas eu costumo tirar e botar o Pinto quando me convém. E foi assim desde pequeno.
No meu primeiro colégio foi onde passei aquela fase triste da infância onde a palavra Pinto está no topo das mais engraçadas, ainda mais se é o nome do sujeito. Lá, obviamente, eu era motivo de risadas e brincadeiras na hora da chamada. Parecia praga, mas toda vez que eu mentalizava para o professor só falar meu nome, ele sempre soltava o Pinto junto com o nome. E tinha professor que adorava escancarar meu Pinto para toda classe. Juro que na minha inocência infantil eu nem percebia que muitos deles faziam de propósito.
Depois mudei de colégio e percebi que meu Pinto não era famoso no novo colégio. Isso pode parecer estranho, mas era legal não ter o Pinto famoso. Até que enfim um Pinto anônimo, ufa! Os professores só me chamavam pelo nome e nada de Pinto.
Até que um belo dia o Pinto resolveu mostrar-se em toda sua magnitude. Quase no fim do ano, houve uma daquelas campanhas de vacinação que o colégio inteiro se juntava no pátio para tomar uma dessas vacinas que deixam marca para sempre no seu braço. Quando o médico da vacinação anunciou o primeiro nome da lista para ser vacinado, eu soube que, ouvir na frente de todo mundo “Pinto”, ia ser duro! E não tardou o médico soltou um sonoro Leandro PINTO Lousada. E lá se foi um Pinto encolhido e vermelho de vergonha ser vacinado. A partir daí o Pinto tava famoso e não se falava em outra coisa na minha classe a não ser do meu Pinto. Ah, a infância! A época em que podemos ser sádicos sem ninguém nos recriminar e ainda nomear esse sadismo de “veracidade infantil”. Lembro das tias que sempre falam: “Você sabe, né? Criança não mente, não tem maldade”.Sei...
Ora, depois do colégio o Pinto cresceu e não cresceu um Pinto complexado. Cresceu um Pinto altivo e com orgulho do nome. O Pinto estava agora na faculdade e trabalhava bastante. Era um Pinto que começava aos poucos a se sustentar sozinho. Quase um exemplo de Pinto. Foi quando eu percebi que ter ou não Pinto, no nome, não fazia mais diferença.
E então o que antes eu tentava esconder, agora eu queria saber qual era a origem. De onde tinha vindo meu Pinto? Por onde ele andou? Seria um Pinto europeu mesmo? Ou um Pinto desconhecido? Será que eu era um dos grandes Pinto?
Nunca cheguei a realmente procurar de onde vinha, mas tinha curiosidade sobre meu Pinto. Até que um outro Pinto famoso, o Ziraldo, esclareceu de onde vinha o Pinto:
“Fiquem sabendo que nós, os Pintos, não somos cristãos-novos como os que têm sobrenome de bichos – Coelho, Carneiro, Raposo, Leão – ou nome de árvores, como Carvalho, Pinheiro, Macieira, Pereira, Oliveira, etc. Nós somos descendentes dos judeus morenos da Península Ibérica, os Sefardins. Quando os árabes chegaram à Portugal, encontraram os lusos que eram branquíssimos, descendentes dos Celtas. Os lusos – os primeiros portugueses – levaram o maior susto com aquela gente morena e achavam que nossa turma era pintada de marrom. E passou a chamar a gente de pinto, ou seja, o particípio passado sincopado do verbo pintar (assim como ganho e ganhado). Pinto quer dizer pintado. Ou seja: moreno.”
Tenho que dizer que não sou moreno, mas sou Pinto. E com mais orgulho de saber por onde meu Pinto andou.
E dá-lhe Pinto!
Wednesday, March 28, 2007
Eu faço parte
De Lucimara Paiva.
Barriga definida em 5 dias treinando com AB Swing e bunda sem celulite usando bermuda cibernética criada sob estudos da biocerâmica que emite luz milagrosa invisível.
Emagrecerei 20 quilos em um mês tomando sopa de água suja com uns pedaços de borracha que dizem ser frango.
Para ficar rica em poucos dias produzirei bijuterias. Um curso rápido que promete emitir sinais de fortuna imediata. Como não pensei nisso antes?
Com o dinheiro que eu ganhar, comprarei 3 George Foreman Grill Super Jumbo para manter uma dieta saudável e 7 carros de concessionárias animadas e bacanas em que todos os vendedores dão soquinhos de vitória no ar. Todos pagos em 80 suaves prestações com 10% de juros ao mês.
Não posso emburrecer. Preciso ler, preciso estudar, preciso ficar por dentro. Para isso, já adquiri minha coleção de revistas sobre atualidades que falam da vida de todo mundo para que na vida deles eu possa basear a minha. Parâmetro, sabe? Várias dicas de moda e comportamento. Um monte de gente perfeita e sem rugas que só faz coisas legais e que não liga de contar para todo mundo. Gente fina! Freqüentarei os mesmos lugares modernos, farei as mesmas poses, usarei os cinco caminhos do horóscopo para controlar minha raiva.
Como eles, quero contar pra todos meus super amigos sobre todas as vezes que eu for viajar, cada vez que trocar de namorado ou ficar bêbada. Quero contar também sobre os chocolates que eu como e quantas vezes eu faço isso por dia. Não me chame pelo meu nome, o legal é ser VIP. Não me chame de filha, intitulei-me herdeira.
O que mais? Ah! Vou divulgar todos os meus horários, todas as frases que eu disser, quanto tempo fiquei tomando sol na laje da minha casa e, para não ter mais problemas com os homens da minha vida, vou seguir o manual do que eles gostam de ver ou ouvir, e antes de assumir que estou dando para alguns deles, vou jurar até o último minuto que somos só amigos.
Seguirei à risca o manual para ficar linda, o manual para cabelos rebeldes, o manual de etiqueta para festas de casamento, festas de 15 anos e primeiros encontros, manual para não cair de salto alto, o manual de como tomar banho e o manual de como pensar. Ficarei tão perfeita quanto todos os bacanas e rezarei para virar referência de estilo, seja lá o que isso for.
Seguirei todas as tendências de outono/inverso, seja lá o que isso for também. Se for moda-figurino-de-novela, melhor ainda, mesmo que eu fique ridícula, pois o que importa é fazer parte.
Vou prender meu cabelo de ladinho com um girassol de 15 centímetros de diâmetro porque as “big-brother-girls” usam o cabelo assim. Toda foto que tirarem de mim pedirei um ventilador gigante virado para minha cara, assim meus cabelos sairão esvoaçantes. Sem esquecer o rosto um pouco inclinado, o quadril de lado e a luz direta, nada de luz vindo de cima ou de lado. Isso tudo eu também já aprendi.
Para me divertir, pagarei. sem problemas. 90 reais para passar 5 horas em baladinhas em que o único intuito é falar com voz anasalada como todo mundo, segurar o copo com uma mão e chacoalhar a outra como todo mundo, dançar balançando a cabeça pra direita e para a esquerda como todo mundo, rir escandalosamente e colocar a mão no ombro da outra pessoa enquanto falo para mostrar o quanto me simpatizo com ela, como todo mundo.
Para quê me esforçar tanto para ser um ser humano com mentalidade um milésimo acima da mediocridade, se tudo está a um controle remoto ou a uma revista de distância? Seria perda de tempo.
Barriga definida em 5 dias treinando com AB Swing e bunda sem celulite usando bermuda cibernética criada sob estudos da biocerâmica que emite luz milagrosa invisível.
Emagrecerei 20 quilos em um mês tomando sopa de água suja com uns pedaços de borracha que dizem ser frango.
Para ficar rica em poucos dias produzirei bijuterias. Um curso rápido que promete emitir sinais de fortuna imediata. Como não pensei nisso antes?
Com o dinheiro que eu ganhar, comprarei 3 George Foreman Grill Super Jumbo para manter uma dieta saudável e 7 carros de concessionárias animadas e bacanas em que todos os vendedores dão soquinhos de vitória no ar. Todos pagos em 80 suaves prestações com 10% de juros ao mês.
Não posso emburrecer. Preciso ler, preciso estudar, preciso ficar por dentro. Para isso, já adquiri minha coleção de revistas sobre atualidades que falam da vida de todo mundo para que na vida deles eu possa basear a minha. Parâmetro, sabe? Várias dicas de moda e comportamento. Um monte de gente perfeita e sem rugas que só faz coisas legais e que não liga de contar para todo mundo. Gente fina! Freqüentarei os mesmos lugares modernos, farei as mesmas poses, usarei os cinco caminhos do horóscopo para controlar minha raiva.
Como eles, quero contar pra todos meus super amigos sobre todas as vezes que eu for viajar, cada vez que trocar de namorado ou ficar bêbada. Quero contar também sobre os chocolates que eu como e quantas vezes eu faço isso por dia. Não me chame pelo meu nome, o legal é ser VIP. Não me chame de filha, intitulei-me herdeira.
O que mais? Ah! Vou divulgar todos os meus horários, todas as frases que eu disser, quanto tempo fiquei tomando sol na laje da minha casa e, para não ter mais problemas com os homens da minha vida, vou seguir o manual do que eles gostam de ver ou ouvir, e antes de assumir que estou dando para alguns deles, vou jurar até o último minuto que somos só amigos.
Seguirei à risca o manual para ficar linda, o manual para cabelos rebeldes, o manual de etiqueta para festas de casamento, festas de 15 anos e primeiros encontros, manual para não cair de salto alto, o manual de como tomar banho e o manual de como pensar. Ficarei tão perfeita quanto todos os bacanas e rezarei para virar referência de estilo, seja lá o que isso for.
Seguirei todas as tendências de outono/inverso, seja lá o que isso for também. Se for moda-figurino-de-novela, melhor ainda, mesmo que eu fique ridícula, pois o que importa é fazer parte.
Vou prender meu cabelo de ladinho com um girassol de 15 centímetros de diâmetro porque as “big-brother-girls” usam o cabelo assim. Toda foto que tirarem de mim pedirei um ventilador gigante virado para minha cara, assim meus cabelos sairão esvoaçantes. Sem esquecer o rosto um pouco inclinado, o quadril de lado e a luz direta, nada de luz vindo de cima ou de lado. Isso tudo eu também já aprendi.
Para me divertir, pagarei. sem problemas. 90 reais para passar 5 horas em baladinhas em que o único intuito é falar com voz anasalada como todo mundo, segurar o copo com uma mão e chacoalhar a outra como todo mundo, dançar balançando a cabeça pra direita e para a esquerda como todo mundo, rir escandalosamente e colocar a mão no ombro da outra pessoa enquanto falo para mostrar o quanto me simpatizo com ela, como todo mundo.
Para quê me esforçar tanto para ser um ser humano com mentalidade um milésimo acima da mediocridade, se tudo está a um controle remoto ou a uma revista de distância? Seria perda de tempo.
Tuesday, March 27, 2007
Águia
De Antonio Zubieta.
Essa é para você mulher que carrega uma vida. Que vive a fase mais linda que qualquer mulher pode viver. Que come bolo de gengibre quando tem enjôos(ouvi dizer sobre isso). E que ouve de tudo um pouco do que é bom ou não para o bebê (e já pensou se fosse seguir tudo o que te dizem?). Que não come direito e sabe o que é certo e errado.
Tomo o seu lápis para escrever e sem saber imagino que se tivesses que escrever, escreveria assim...
...Minhas costas começam a incomodar, e pouco a pouco meu corpo começa a inchar. Uma dor aqui, outra ali. Minha roupa começa a não servir...vou ter que usar aquela calça, aquela blusa. Tenho pressa, corro contra o tempo (pra quê?), quero fazer o que tiver que fazer. Quando posso e estou sozinha, sento na poltrona e sonho com o bebê e fico embevecida. Passo minha mão na barriga, como se estivesse a abraçá-lo, com carinho de mãe enternecida, e passo a mão diversas vezes, e mal percebo que também estou me acariciando. Sinto-me feliz e chego a chorar sem nenhum motivo. E por vezes, choro por motivos que tem muito sentido. As vezes penso, será que serei uma boa mãe? Vou conseguir curar, o umbiguinho dele, como fiz com o primeiro? E o meu amor será suficientemente transparente e do tamanho certo que ele precisa? Eu esqueço é que tenho amor suficiente para dar, que sou zelosa, que me preocupo e que sou assim com o que é meu, e sempre serei. (este é meu lema) Ah, parece que ele está se mexendo...sentiu? Acho que não, é muito cedo,epa! agora sim é ele. Põe a mão, põe. Você aí, quer sentir? Posso pôr a mão? Não é aí, é aqui...isso, tá sentindo? Como você tá ficando bonita!...Tá crescendo né? ...Tenho uma vida dentro de mim, que vibra, e me chuta com carícia. Passei a gostar mais de cantar, e agora minha voz parece estar até mais afinada! Quando ouço uma música que gosto, sei que há um estímulo no meio intrauterino para um ambiente de paz e tranquilidade. Os receptores de dor e memória já se encontram formados e já é possível ele guardar na lembrança, tanto os bons momentos como os ruins. E que quando ele nascer se lembrará de tudo que é bom!
Meu bebê já sonha, sabia? é...e consegue distinguir e escutar a minha voz! Ainda bem que o sonho dele não é o mesmo que o meu! Ele ainda é um grãozinho, seu nome é de filho de águia e assim será, rico em honras e glórias. Penso tanto, e como sou preocupada. Nascerá sabendo que é filho de uma mãe que superou tudo quando pode e pôde. E que quando tiver com ele nos meus braços, com olhinhos ainda quase fechados, com aquela cara enrugada, com o narizinho que cheira para identificar a mãe, não saberei fazer outra coisa que não encher de beijos, que não mimá-lo e saber que agora uma vida de amor nasceu e que sou eu a mãe, o bem mais precioso de um filho.
Essa é para você mulher que carrega uma vida. Que vive a fase mais linda que qualquer mulher pode viver. Que come bolo de gengibre quando tem enjôos(ouvi dizer sobre isso). E que ouve de tudo um pouco do que é bom ou não para o bebê (e já pensou se fosse seguir tudo o que te dizem?). Que não come direito e sabe o que é certo e errado.
Tomo o seu lápis para escrever e sem saber imagino que se tivesses que escrever, escreveria assim...
...Minhas costas começam a incomodar, e pouco a pouco meu corpo começa a inchar. Uma dor aqui, outra ali. Minha roupa começa a não servir...vou ter que usar aquela calça, aquela blusa. Tenho pressa, corro contra o tempo (pra quê?), quero fazer o que tiver que fazer. Quando posso e estou sozinha, sento na poltrona e sonho com o bebê e fico embevecida. Passo minha mão na barriga, como se estivesse a abraçá-lo, com carinho de mãe enternecida, e passo a mão diversas vezes, e mal percebo que também estou me acariciando. Sinto-me feliz e chego a chorar sem nenhum motivo. E por vezes, choro por motivos que tem muito sentido. As vezes penso, será que serei uma boa mãe? Vou conseguir curar, o umbiguinho dele, como fiz com o primeiro? E o meu amor será suficientemente transparente e do tamanho certo que ele precisa? Eu esqueço é que tenho amor suficiente para dar, que sou zelosa, que me preocupo e que sou assim com o que é meu, e sempre serei. (este é meu lema) Ah, parece que ele está se mexendo...sentiu? Acho que não, é muito cedo,epa! agora sim é ele. Põe a mão, põe. Você aí, quer sentir? Posso pôr a mão? Não é aí, é aqui...isso, tá sentindo? Como você tá ficando bonita!...Tá crescendo né? ...Tenho uma vida dentro de mim, que vibra, e me chuta com carícia. Passei a gostar mais de cantar, e agora minha voz parece estar até mais afinada! Quando ouço uma música que gosto, sei que há um estímulo no meio intrauterino para um ambiente de paz e tranquilidade. Os receptores de dor e memória já se encontram formados e já é possível ele guardar na lembrança, tanto os bons momentos como os ruins. E que quando ele nascer se lembrará de tudo que é bom!
Meu bebê já sonha, sabia? é...e consegue distinguir e escutar a minha voz! Ainda bem que o sonho dele não é o mesmo que o meu! Ele ainda é um grãozinho, seu nome é de filho de águia e assim será, rico em honras e glórias. Penso tanto, e como sou preocupada. Nascerá sabendo que é filho de uma mãe que superou tudo quando pode e pôde. E que quando tiver com ele nos meus braços, com olhinhos ainda quase fechados, com aquela cara enrugada, com o narizinho que cheira para identificar a mãe, não saberei fazer outra coisa que não encher de beijos, que não mimá-lo e saber que agora uma vida de amor nasceu e que sou eu a mãe, o bem mais precioso de um filho.
Monday, March 26, 2007
Escolhas
De Luciana Muniz
“Todos os caminhos são válidos para quem não sabe aonde ir”. Já dizia o Gato de Cheshire para a Alice. Sim, aquela do país das maravilhas.
A vida é feita de escolhas. A todo o momento estamos fazendo uso deste poder que nos foi dado. Tirando a família, pois esta não tem jeito, é sorte ou azar de cada um, podemos escolher nossos amigos, o programa do fim de semana, o namorado (ou namorada, a opção sexual também é uma escolha), o livro de cabeceira e muitas outras coisas mais.
Diante de um obstáculo, podemos escolher se faremos o papel da vítima sofredora ou se encaramos a realidade de frente e tentamos resolver a questão da maneira que for possível.
Escolher não é fácil. Principalmente se muitas opções nos são apresentadas. É um ato de coragem, pois implica em abrir mão dos outros caminhos e apostar em apenas um. É seguir adiante e correr o risco de perceber quilômetros mais tarde que foi uma péssima escolha.
Muitas vezes podemos voltar e seguir em outro caminho que talvez nos leve para a realização dos nossos objetivos, mas nem sempre isso é possível e indolor...
A divina providência, que nos observa constantemente, nada pode fazer, pois a escolha é nossa! Se não pudéssemos decidir os rumos de nossas vidas, se estivéssemos constantemente à mercê dos caprichos divinos, de nada valeria nossa condição de criaturas, seres ditos racionais...
O criador deu às suas criaturas um voto de confiança, o livre-arbítrio. Se há um destino nos aguardando desde a nossa chegada a este mundo, não sei dizer, mas que podemos fazer uso de nossas escolhas o tempo todo, tenho certeza.
Vivemos em um cenário com tantos com tão pouco e poucos com muito, provavelmente não foi a escolha da maioria, mas de alguns que detém o poder de decidir. E se estes mesmos detêm este poder, foi porque de algum modo os escolhemos para tal papel.
Muitos deixam que seus caminhos sejam decididos por outros. Abrem mão do direito de escolha, ou por medo ou por não saberem a direção a seguir, sendo que o ideal seria valorizarmos nossas opções, não menosprezando o livre-arbítrio que nos foi concedido.
A impressão que fica é a de que talvez os homens não tenham se dado conta da importância e principalmente das conseqüências de suas escolhas. A ação e a reação. Toda escolha tem seu grau de risco inerente, porém desde que nascemos corremos riscos, então a melhor escolha é fazer uso do poder de decisão, consciente das conseqüências que certamente virão...
“Todos os caminhos são válidos para quem não sabe aonde ir”. Já dizia o Gato de Cheshire para a Alice. Sim, aquela do país das maravilhas.
A vida é feita de escolhas. A todo o momento estamos fazendo uso deste poder que nos foi dado. Tirando a família, pois esta não tem jeito, é sorte ou azar de cada um, podemos escolher nossos amigos, o programa do fim de semana, o namorado (ou namorada, a opção sexual também é uma escolha), o livro de cabeceira e muitas outras coisas mais.
Diante de um obstáculo, podemos escolher se faremos o papel da vítima sofredora ou se encaramos a realidade de frente e tentamos resolver a questão da maneira que for possível.
Escolher não é fácil. Principalmente se muitas opções nos são apresentadas. É um ato de coragem, pois implica em abrir mão dos outros caminhos e apostar em apenas um. É seguir adiante e correr o risco de perceber quilômetros mais tarde que foi uma péssima escolha.
Muitas vezes podemos voltar e seguir em outro caminho que talvez nos leve para a realização dos nossos objetivos, mas nem sempre isso é possível e indolor...
A divina providência, que nos observa constantemente, nada pode fazer, pois a escolha é nossa! Se não pudéssemos decidir os rumos de nossas vidas, se estivéssemos constantemente à mercê dos caprichos divinos, de nada valeria nossa condição de criaturas, seres ditos racionais...
O criador deu às suas criaturas um voto de confiança, o livre-arbítrio. Se há um destino nos aguardando desde a nossa chegada a este mundo, não sei dizer, mas que podemos fazer uso de nossas escolhas o tempo todo, tenho certeza.
Vivemos em um cenário com tantos com tão pouco e poucos com muito, provavelmente não foi a escolha da maioria, mas de alguns que detém o poder de decidir. E se estes mesmos detêm este poder, foi porque de algum modo os escolhemos para tal papel.
Muitos deixam que seus caminhos sejam decididos por outros. Abrem mão do direito de escolha, ou por medo ou por não saberem a direção a seguir, sendo que o ideal seria valorizarmos nossas opções, não menosprezando o livre-arbítrio que nos foi concedido.
A impressão que fica é a de que talvez os homens não tenham se dado conta da importância e principalmente das conseqüências de suas escolhas. A ação e a reação. Toda escolha tem seu grau de risco inerente, porém desde que nascemos corremos riscos, então a melhor escolha é fazer uso do poder de decisão, consciente das conseqüências que certamente virão...
Sunday, March 25, 2007
A Verônica Hanaa
De Li de Oliveira
O dia havia sido estafante, assim como todos os dias são estafantes. O trânsito...bem o trânsito... Ah parado! O chefe mal amado. E as contas meu Deus? Se multiplicavam como pobres no cio .
Abriu a porta de casa primeiramente distraido, mas depois olhou bem, a luz não estava acesa, havia velas por todos os lados. Será que ele tinha esquecido de pagar a conta? Oh meu Deus mais uma conta! De bate-pronto acendeu o interruptor e a luz acendeu. Ufa!
Neste momento entra a sua esposa na sala, alias, ele achava que era a sua esposa. Com uma peruca preta quase azulada, de fios retos bem compridos e uma franja caída sobre seus olhos... olhos azuis! O que havia acontecido com os singelos cabelos e olhos castanhos?
- Ana Miriam? - pergunta desconfiado.
Ela se dirige toda rebolativa para o interruptor, apaga-o. Vira lentamente olhando por cima de suas costas (vira-se, quer dizer, na medida do possível, conforme sua roupa de couro vermelho (!) a permitia) e diz:
- Meu nome é Verônica Hanaa, garotão!
- Verônica Hanaa? O que? Você enlouqueceu Ana Miriam?
- Foi aqui que pediram uma massagista? - disse ela com uma voz propositalmente rouca.
E foi arrumar uma esteira no chão virando a bunda quase em sua cara.
- O que está acontecendo aqui Ana Miriam? Foi buscar o Junior e a Biazinha na natação?
- Eu não sei quem são essas pessoas garotão... - disse colocando-se numa posição sexy que, porém, a fez virar o pé devido ao imenso salto que usava.
- Ai meu Deus, Ana Miriam, você bateu com a cabeça e teve aminésia. Você está bem Ana Miriam? Eu vou ligar pra sua mãe! - correndo assim para o telefone.
- Você é um idiota, Eduardo Manuel! - arrancou a peruca e marchou fula da vida para o quarto.
- Ah você lembra meu nome, não deve ser tão grave assim, eu to ligando já querida... Fica calma!
O dia havia sido estafante, assim como todos os dias são estafantes. O trânsito...bem o trânsito... Ah parado! O chefe mal amado. E as contas meu Deus? Se multiplicavam como pobres no cio .
Abriu a porta de casa primeiramente distraido, mas depois olhou bem, a luz não estava acesa, havia velas por todos os lados. Será que ele tinha esquecido de pagar a conta? Oh meu Deus mais uma conta! De bate-pronto acendeu o interruptor e a luz acendeu. Ufa!
Neste momento entra a sua esposa na sala, alias, ele achava que era a sua esposa. Com uma peruca preta quase azulada, de fios retos bem compridos e uma franja caída sobre seus olhos... olhos azuis! O que havia acontecido com os singelos cabelos e olhos castanhos?
- Ana Miriam? - pergunta desconfiado.
Ela se dirige toda rebolativa para o interruptor, apaga-o. Vira lentamente olhando por cima de suas costas (vira-se, quer dizer, na medida do possível, conforme sua roupa de couro vermelho (!) a permitia) e diz:
- Meu nome é Verônica Hanaa, garotão!
- Verônica Hanaa? O que? Você enlouqueceu Ana Miriam?
- Foi aqui que pediram uma massagista? - disse ela com uma voz propositalmente rouca.
E foi arrumar uma esteira no chão virando a bunda quase em sua cara.
- O que está acontecendo aqui Ana Miriam? Foi buscar o Junior e a Biazinha na natação?
- Eu não sei quem são essas pessoas garotão... - disse colocando-se numa posição sexy que, porém, a fez virar o pé devido ao imenso salto que usava.
- Ai meu Deus, Ana Miriam, você bateu com a cabeça e teve aminésia. Você está bem Ana Miriam? Eu vou ligar pra sua mãe! - correndo assim para o telefone.
- Você é um idiota, Eduardo Manuel! - arrancou a peruca e marchou fula da vida para o quarto.
- Ah você lembra meu nome, não deve ser tão grave assim, eu to ligando já querida... Fica calma!
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