De Lucimara Paiva
Ontem eu consegui ingerir, no mínimo, 5000 calorias. Uma ansiedade “maledeta”, sabe? Comecei com pão de queijo e só parei de comer às nove da noite: temaki de shimeji e outro imenso de chocolate com morango, passando por bolinho de chuva, torta, trufa, trufa e mais trufa. Resultado? Enjôo tão grande quanto o temaki.
Enjoada de tanto doce e enjoada com a mediocridade que insiste em me perseguir. Forro o estômago com glicose e carboidrato para deixar menos espaço para a estupidez que sou obrigada a engolir.
Comentei, num dos textos que escrevi, que entro num ciclo medonho de ansiedade sem saber a razão. Já descobri. Excesso de gente rasa que pipoca por aí aos montes. Uma mistura indigesta de ignorância, bitola, falta de vontade e inveja.
Se no Mc Dia Feliz eu quiser comer salada, eu vou comer salada. Não entendi porque ficaram tão assustados com o alface que eu comia. Não quero ajudar criancinhas dessa maneira, porque não ajudo pessoas matando bovinos. Não como vaca, obrigada. Sejam felizes com seu “Mc Dia Hipocrisia”, comprando “Números 1” ao invés de Bic Mac, sem saber que desse jeito só estão engordando sem ajudar nem ao menos a abelha que insiste em mergulhar no copo de Coca-Cola.
Se você passa tanta necessidade que chega a não ter o que comer, mas mesmo assim se preocupa com o piso decente que quer colocar na casa que não tem nem reboco, que não quer trabalhar porque demora quarenta minutos de ônibus e que só se mexe para beber, fumar e se drogar enquanto a porra da salvação não cai do céu, sinto muito, vá para o inferno você e sua acomodação e, por favor, desça rolando junto do barraco soterrado. Se você não faz nada para mudar não sou eu quem vai se comover. Se depender de mim, morra na pobreza enquanto dou risadas sádicas.
Se eu farei plástica porque algo me incomoda, garanto que, enquanto você expõe que, o que mais me incomoda, em você é perfeito, só terei uma reação: te chamar de louca invejosa e dizer que precisa de sexo.
Além disso, eu nunca, nunca mesmo, enquanto eu constar na face dessa Terra podre, vou dar atenção para quem grita para ser superior. Seja você cliente, chefe, parente ou namorado.
Amigos, peço desculpas, pois, depois dessa corro o risco de me tornar redundante e cansativa, mas a semana tem sido estressante, fiquei indignada, precisava dividir com vocês minha vontade de virar uma samambaia. Uma planta tem mais razões de existir, menos encheção de saco, menos perguntas e menos fome, porém não tenho opção. Alguém tem uma caixa de bombom aí?
Wednesday, August 29, 2007
Monday, August 27, 2007
Espelhos d´água
De Luciana Muniz
Muitos dizem que os amigos representam a família que podemos escolher.
Concordo. Escolhemos os amigos por afinidade, já a família é um tanto diferente. Considero completamente hipócrita o pensamento de que devemos adorar aquele primo chato que vive falando mal de tudo e de todos, só porque faz parte de um ramo familiar da árvore genealógica. Claro que nada impede de termos relações cristalinas e gratificantes com pessoas da família, só não acredito em nada que é imposto ou forçado em nome das aparências.
Quer um outro exemplo clássico? A relação com colegas de trabalho. Duvido que haja um ser que se relacione com todos de maneira igual. Na maioria das vezes existe aquele (ou aquela) em que depositamos mais carinho, nos sentimos mais à vontade para comentar as mazelas do dia-a-dia ou mesmo desabafar algo que nos perturba.
E por que isso acontece? Relações são construídas a todo instante, um assunto em comum, uma opinião ou anseios semelhantes são suficientes para aproximar pessoas, mas não tanto para mantê-las em um laço de amizade. O que faz com a amizade prevaleça é uma mistura homogênea de confiança e dedicação.
Nos vemos no outro, ele nos entende e nós o entendemos. Como um espelho d’água, enxergamos no outro um pouco de nós e é essa sensação de que podemos ficar à vontade que propicia, na minha opinião, a construção das relações amistosas.
Quem é que se sente bem na companhia de alguém que nos faz sentir inferior, não entende nossos anseios, ri das nossas dificuldades e parece não compreender nossas motivações?
Obviamente que não estou pregando que um amigo ideal é aquele que concorda com tudo só para agradar. Não, não é isso. Um verdadeiro amigo é aquele que sabe dizer a verdade olhando no fundo dos teus olhos, sem medo de te desagradar, sabe elogiar sem te deixar fora da realidade e torce pelo teu sucesso.E claro, não desaparece nos momentos de turbulência...
Muitos dizem que os amigos representam a família que podemos escolher.
Concordo. Escolhemos os amigos por afinidade, já a família é um tanto diferente. Considero completamente hipócrita o pensamento de que devemos adorar aquele primo chato que vive falando mal de tudo e de todos, só porque faz parte de um ramo familiar da árvore genealógica. Claro que nada impede de termos relações cristalinas e gratificantes com pessoas da família, só não acredito em nada que é imposto ou forçado em nome das aparências.
Quer um outro exemplo clássico? A relação com colegas de trabalho. Duvido que haja um ser que se relacione com todos de maneira igual. Na maioria das vezes existe aquele (ou aquela) em que depositamos mais carinho, nos sentimos mais à vontade para comentar as mazelas do dia-a-dia ou mesmo desabafar algo que nos perturba.
E por que isso acontece? Relações são construídas a todo instante, um assunto em comum, uma opinião ou anseios semelhantes são suficientes para aproximar pessoas, mas não tanto para mantê-las em um laço de amizade. O que faz com a amizade prevaleça é uma mistura homogênea de confiança e dedicação.
Nos vemos no outro, ele nos entende e nós o entendemos. Como um espelho d’água, enxergamos no outro um pouco de nós e é essa sensação de que podemos ficar à vontade que propicia, na minha opinião, a construção das relações amistosas.
Quem é que se sente bem na companhia de alguém que nos faz sentir inferior, não entende nossos anseios, ri das nossas dificuldades e parece não compreender nossas motivações?
Obviamente que não estou pregando que um amigo ideal é aquele que concorda com tudo só para agradar. Não, não é isso. Um verdadeiro amigo é aquele que sabe dizer a verdade olhando no fundo dos teus olhos, sem medo de te desagradar, sabe elogiar sem te deixar fora da realidade e torce pelo teu sucesso.E claro, não desaparece nos momentos de turbulência...
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