De Leandro Molino
Um dos maiores problemas do nosso tempo é a questão da educação. Desde sempre, a (boa) educação é considerada a base para o desenvolvimento humano. Com o advento de inovações tecnológicas a cada minuto, os especialistas no assunto questionam-se como proceder no sentido de proporcionar-se uma educação realmente capacitante. Hoje em dia, não basta mais ensinar Matemática, Geografia ou História: é necessário produzir metodologias que propiciem aos jovens tornarem-se realmente capazes de lidar com as novas situações de nosso tempo. Ou capacitados para desenvolverem as soluções para estas situações. Tal questão é tão relevante que foi, ou é, capa das mais renomadas revistas e semanários do planeta. Portanto, cuida-se de uma preocupação globalizada, que não se restringe aos países em desenvolvimento, como o Brasil. Os parâmetros educacionais alteraram-se na mesma velocidade das inovações propiciadas pela tecnologia. Todavia, não podemos ainda determinar se essas alterações se deram, e se dão, para melhor ou para pior. Muitos já questionaram, e outros ainda questionam, quais as benesses que essa quantidade brutal de informações proporcionaria à humanidade. Muitos dos críticos da “era da informação” sustentam que o ser humano ainda não se encontra inteiramente preparado para lidar adequadamente com esse amontoado de novidades, que necessariamente precisam ser “processadas” por nossos cérebros. Particularmente, entendo que essa discussão não tem razão de existir, pois o ser humano é apto naturalmente às transformações. O ser humano preponderou no Planeta em razão da sua inequívoca capacidade de adaptação. Adaptar-se significa, em muitos casos da História Humana, transformar-se. Mas para ser capaz de transformar é preciso, preliminarmente, informar-se. Sem dispor de informações adequadas, o ser humano até pode ser capaz de realizar. Contudo, através de um processo lento, espinhoso e desgastante. Informar-se significa crescer, superar barreiras, sejam estas reais ou psicológicas. Quanto mais informado é o ser humano, mais preparado às transformações e adaptações ele é. E bem informado, munido de uma teia de dados relevantes e precisos, o ser humano é preparado para superar quase tudo. Nesse caso, estará o Homem especialmente preparado para discernir sobre o que deseja ou não, sobre aquilo que lhe é bom ou não é, enfim, sobre aquilo que lhe serve ou não serve. Esse é o ponto nodal do poder da informação: somente a informação é capaz de preparar o ser humano, conferido-lhe aptidão. Mas a quem interessaria tal quadro? A quem interessaria um planeta habitado por pessoas bem informadas, aptas a decidirem sobre quais caminhos seguir? A cada dia, a possibilidade de nos informarmos é majorada. Mas não nos possibilitam o alcance às informações relevantes, sobre aquilo que realmente importaria em nossas vidas! Não desejam tal fato, pois passaríamos a compor uma sociedade crítica, com aptidão para questionar as mais variadas situações. Vivemos, assim, um momento de crise na humanidade, onde a informação é farta em razão das inovações tecnológicas, mas tal fartura não é disseminada. Assim sendo, nos deparamos com uma imensa maioria de pessoas incapacitada para o nosso tempo e, mais grave, para o futuro. Desse modo, o atual desafio no campo da educação não é somente atingir novos conceitos, mas distribuí-los mundo afora, como uma verdadeira praga! Precisamos educar, informar o maior número de seres humanos possível. Somente assim atingiremos um real estágio de aptidão que nos permitirá sermos críticos de verdade. Aptos, capacitados e informados, escolheremos de forma mais adequada nossos políticos, nossas profissões, nossos parceiros e parceiras de vida, de trabalho, de lazer. Poderemos escolher, aliás, se desejamos sermos aptos ou não. E discerniremos, assim, se desejamos um futuro melhor ou não.
Friday, June 22, 2007
Thursday, June 21, 2007
Erotismo e Pornografia – “Publicidade da Prostituição”
De Léo Lousada
A idade moderna e principalmente o século XX ficarão marcados pela destruição do sujeito e a individualização do ser humano.
No século XX, com a revolução industrial consolidada e o maquinicismo tomando contas das indústrias, o ser humano tem suas funções substituídas por máquinas que tem capacidade produtiva muito maior. Maior produtividade corresponde a maior necessidade de geração de consumo e escoamento dos produtos para o público consumidor. Daí tem-se a origem da mídia em massa e da publicidade moderna.
Desde cedo, a publicidade procura despertar os desejos do inconsciente do ser humano em busca de gerar expectativa e ansiedade. Desperta o desejo sem atendê-lo, apenas dando o que seria a possível solução para a angústia gerada. Levando em conta as teorias de Freud sobre ID e pulsões de vida, há um despertar destas vontades inconscientes e da libido sexual.
Ao mesmo tempo, a sociedade fica cada vez mais deficiente de modelos identificatórios, pois as figuras paternas e maternas encontram-se ausentes devido à necessidade de trabalhar. A mídia passa a criar novos modelos identificatórios para suprir essa carência e através deles vender seus produtos.
Um dos aspectos utilizados pela mídia moderna é a erotização da figura feminina e a pornografia como forma de despertar a libido humana e gerar expectativa de consumo. O Fetichismo e o culto à imagem da mulher perfeita são dois dos mais importantes arquétipos modernos de consumo.
Dúvidas quanto a isso? Assista aos programas de domingo, às publicidades de cerveja, de roupas, de iogurtes e etc. Ou melhor, quem você acha que ganha mais: uma cantora que rebola no palco ou uma professora com mestrado? Infelizmente o puro fetichismo usado na propaganda pode causar um desgaste excessivo dos símbolos sexuais que despertam o desejo no ser humano. Lembro quando tinha 13 anos e dificilmente conseguia ver uma revista masculina. Hoje eu apenas preciso ligar a TV para ver a mesma coisa.
Mas vejam bem, não estou dando uma de santo e falso pregador. O que não concordo é com o fato destas coisas tornarem-se banalizadas a ponto de virarem ferramentas para te convencer de comprar algo.
A idade moderna e principalmente o século XX ficarão marcados pela destruição do sujeito e a individualização do ser humano.
No século XX, com a revolução industrial consolidada e o maquinicismo tomando contas das indústrias, o ser humano tem suas funções substituídas por máquinas que tem capacidade produtiva muito maior. Maior produtividade corresponde a maior necessidade de geração de consumo e escoamento dos produtos para o público consumidor. Daí tem-se a origem da mídia em massa e da publicidade moderna.
Desde cedo, a publicidade procura despertar os desejos do inconsciente do ser humano em busca de gerar expectativa e ansiedade. Desperta o desejo sem atendê-lo, apenas dando o que seria a possível solução para a angústia gerada. Levando em conta as teorias de Freud sobre ID e pulsões de vida, há um despertar destas vontades inconscientes e da libido sexual.
Ao mesmo tempo, a sociedade fica cada vez mais deficiente de modelos identificatórios, pois as figuras paternas e maternas encontram-se ausentes devido à necessidade de trabalhar. A mídia passa a criar novos modelos identificatórios para suprir essa carência e através deles vender seus produtos.
Um dos aspectos utilizados pela mídia moderna é a erotização da figura feminina e a pornografia como forma de despertar a libido humana e gerar expectativa de consumo. O Fetichismo e o culto à imagem da mulher perfeita são dois dos mais importantes arquétipos modernos de consumo.
Dúvidas quanto a isso? Assista aos programas de domingo, às publicidades de cerveja, de roupas, de iogurtes e etc. Ou melhor, quem você acha que ganha mais: uma cantora que rebola no palco ou uma professora com mestrado? Infelizmente o puro fetichismo usado na propaganda pode causar um desgaste excessivo dos símbolos sexuais que despertam o desejo no ser humano. Lembro quando tinha 13 anos e dificilmente conseguia ver uma revista masculina. Hoje eu apenas preciso ligar a TV para ver a mesma coisa.
Mas vejam bem, não estou dando uma de santo e falso pregador. O que não concordo é com o fato destas coisas tornarem-se banalizadas a ponto de virarem ferramentas para te convencer de comprar algo.
Wednesday, June 20, 2007
Incurável
De Lucimara Paiva
Tenho resumido meus dias, minhas noites e o que resta desses dois, em trabalho estressante e mal remunerado e festas desgastantes. Por mais que eu não veja razão em nenhum deles, optei por não parar.
Ignoro a audição prejudicada, o cérebro preguiçoso, os “blackouts” mentais. Ignoro também quando a cabeça manda, o corpo não responde e o coração se mantém vazio.
Escondo a ausência em pessoas superficialmente perfeitas, trabalho “fashion”, entorpecentes ilícitos, tequila e festas de álbum de orkut, para poder brincar de felicidade instantânea que funciona na hora em que aperto o botão do “quero me iludir agora” e desligo nas poucas vezes em que dá para dormir, pois só fecho os olhos quando não consigo mais me mexer.
Quanto mais alto o volume, menos raciocínio. A partir disso fica fácil enlouquecer, subir no balcão, pirar o cabeção como dizem, afinal o mundo é perfeito e um eterno comercial de celular moderno desde que eu acredite nisso.
Quanto mais clientes esgotando minha paciência por causa de um pedaço de papel, mais fácil fica entrar no piloto automático e impedir qualquer possibilidade de sentar, chorar e pedir socorro. Entre baladas e trabalho aproveito para camuflar as “brechas-realidade” com necessidades fúteis e esqueço meu cansaço enquanto procuro minha cura, se é que alguém tem cura*.
Aí chega a hora em que as luzes se apagam, a festa acaba, o expediente termina e todo mundo volta para casa. É o momento em que eu me sento num canto, tiro o scarpin e dou risada de mim mesma. Menina boba, acorde, é tudo mentirinha. Nada disso existe, nenhuma dessas ilusões vai amenizar qualquer falta. É o momento em que peço a última dose de sensatez para tentar responder a constatação mais cruel que surge: “O que eu estou fazendo?Mundo, páraaaa que eu quero descer!”. Porque nada disso tem graça se não tenho com quem dividir cada momento de loucura, medo ou cara de “pidoncha” no final do dia.
*Zeca Baleiro
Tenho resumido meus dias, minhas noites e o que resta desses dois, em trabalho estressante e mal remunerado e festas desgastantes. Por mais que eu não veja razão em nenhum deles, optei por não parar.
Ignoro a audição prejudicada, o cérebro preguiçoso, os “blackouts” mentais. Ignoro também quando a cabeça manda, o corpo não responde e o coração se mantém vazio.
Escondo a ausência em pessoas superficialmente perfeitas, trabalho “fashion”, entorpecentes ilícitos, tequila e festas de álbum de orkut, para poder brincar de felicidade instantânea que funciona na hora em que aperto o botão do “quero me iludir agora” e desligo nas poucas vezes em que dá para dormir, pois só fecho os olhos quando não consigo mais me mexer.
Quanto mais alto o volume, menos raciocínio. A partir disso fica fácil enlouquecer, subir no balcão, pirar o cabeção como dizem, afinal o mundo é perfeito e um eterno comercial de celular moderno desde que eu acredite nisso.
Quanto mais clientes esgotando minha paciência por causa de um pedaço de papel, mais fácil fica entrar no piloto automático e impedir qualquer possibilidade de sentar, chorar e pedir socorro. Entre baladas e trabalho aproveito para camuflar as “brechas-realidade” com necessidades fúteis e esqueço meu cansaço enquanto procuro minha cura, se é que alguém tem cura*.
Aí chega a hora em que as luzes se apagam, a festa acaba, o expediente termina e todo mundo volta para casa. É o momento em que eu me sento num canto, tiro o scarpin e dou risada de mim mesma. Menina boba, acorde, é tudo mentirinha. Nada disso existe, nenhuma dessas ilusões vai amenizar qualquer falta. É o momento em que peço a última dose de sensatez para tentar responder a constatação mais cruel que surge: “O que eu estou fazendo?Mundo, páraaaa que eu quero descer!”. Porque nada disso tem graça se não tenho com quem dividir cada momento de loucura, medo ou cara de “pidoncha” no final do dia.
*Zeca Baleiro
Monday, June 18, 2007
O Tempo não é o que espera*
De Luciana Muniz
Quando se têm vinte e quatro horas para cuidar da própria vida e uma imensa necessidade de fazer hora extra na vida dos outros se faz presente, há algo errado...
O tempo, grande filósofo do universo, é curto demais se formos pensar em uma vida de sessenta, setenta anos em média. O que dá para ser feito neste período? Quantas transformações e descobertas o ser humano consegue em sessenta e cinco anos?
Alguns conseguem entender os sinais divinos e valorizam aquilo que realmente interessa: A simplicidade de compreender que algumas coisas não têm explicação. Os sentimentos não têm explicação, as aptidões naturais também não e aquela minha amiga insistentemente curiosa também não!
Me desespero para completar meus projetos, às vezes amaldiçoou o tempo que ora passa depressa demais, ora lento demais para as minhas necessidades, e no entanto minha querida amiga nada faz além de criticar as minhas atividades!
“ – Você está magra demais!”.
Ela sabe o quanto eu odeio ser “magrinha”...
“ – Nem parece que estuda Sistemas de Informação...”.
Sou analista de sistemas e não PHD em pau de computador!
E por aí vai...
Às vezes tenho um ataque de raiva e sumo da convivência desta minha amiga, meses se passam até que ela me liga super deprimida porque não consegue arranjar um namorado. Como tenho um coração de manteiga derretida esqueço tudo e acabo exaltando todas as suas qualidades, pois sei o quanto ela é carente...
Dias depois, ela já recuperada da carência emocional, me convida para uma baladinha básica, afinal não há momento mais sublime da solteirice do que duas amigas saírem juntas para dançar. Coloco a calça jeans, o corselete preto, o salto alto e vamos em frente!
Mas quando os caras se aproximam de mim... Lá vem a minha “amiga” fazendo questão de relembrar as minhas bebedeiras, as festas em locais mal escolhidos e outras cenas que eu gostaria de esquecer. Não que os gatinhos dêem ouvidos a ela, porque logo percebem a tática desesperada de denegrir a imagem do “inimigo” para ficar por cima da carne seca, e naturalmente começam a evitá-la.
Juro que eu não tenho ódio da minha amiga. Sim... Eu ainda a considero minha amiga... Meus momentos de solidão me mostraram as coisas que são realmente importantes nesta vida e isso não inclui dietas absurdas, necessidade de ser a mais bonita ou a mais popular ou impor minha presença aos meus amigos.
Muitas vezes paro para pensar e invariavelmente fico com pena dela, pois sinto que ela ainda está muito preocupada com coisas menores, talvez demore muito para compreender que pode ser feliz mesmo sendo gordinha, carente e curiosa. Basta que se dê conta disso... E que faça isso logo, pois o tempo não é o que espera!
* Desconheço o autor da frase, quem souber avise-me please! ;)
Quando se têm vinte e quatro horas para cuidar da própria vida e uma imensa necessidade de fazer hora extra na vida dos outros se faz presente, há algo errado...
O tempo, grande filósofo do universo, é curto demais se formos pensar em uma vida de sessenta, setenta anos em média. O que dá para ser feito neste período? Quantas transformações e descobertas o ser humano consegue em sessenta e cinco anos?
Alguns conseguem entender os sinais divinos e valorizam aquilo que realmente interessa: A simplicidade de compreender que algumas coisas não têm explicação. Os sentimentos não têm explicação, as aptidões naturais também não e aquela minha amiga insistentemente curiosa também não!
Me desespero para completar meus projetos, às vezes amaldiçoou o tempo que ora passa depressa demais, ora lento demais para as minhas necessidades, e no entanto minha querida amiga nada faz além de criticar as minhas atividades!
“ – Você está magra demais!”.
Ela sabe o quanto eu odeio ser “magrinha”...
“ – Nem parece que estuda Sistemas de Informação...”.
Sou analista de sistemas e não PHD em pau de computador!
E por aí vai...
Às vezes tenho um ataque de raiva e sumo da convivência desta minha amiga, meses se passam até que ela me liga super deprimida porque não consegue arranjar um namorado. Como tenho um coração de manteiga derretida esqueço tudo e acabo exaltando todas as suas qualidades, pois sei o quanto ela é carente...
Dias depois, ela já recuperada da carência emocional, me convida para uma baladinha básica, afinal não há momento mais sublime da solteirice do que duas amigas saírem juntas para dançar. Coloco a calça jeans, o corselete preto, o salto alto e vamos em frente!
Mas quando os caras se aproximam de mim... Lá vem a minha “amiga” fazendo questão de relembrar as minhas bebedeiras, as festas em locais mal escolhidos e outras cenas que eu gostaria de esquecer. Não que os gatinhos dêem ouvidos a ela, porque logo percebem a tática desesperada de denegrir a imagem do “inimigo” para ficar por cima da carne seca, e naturalmente começam a evitá-la.
Juro que eu não tenho ódio da minha amiga. Sim... Eu ainda a considero minha amiga... Meus momentos de solidão me mostraram as coisas que são realmente importantes nesta vida e isso não inclui dietas absurdas, necessidade de ser a mais bonita ou a mais popular ou impor minha presença aos meus amigos.
Muitas vezes paro para pensar e invariavelmente fico com pena dela, pois sinto que ela ainda está muito preocupada com coisas menores, talvez demore muito para compreender que pode ser feliz mesmo sendo gordinha, carente e curiosa. Basta que se dê conta disso... E que faça isso logo, pois o tempo não é o que espera!
* Desconheço o autor da frase, quem souber avise-me please! ;)
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