De Marcelo Ferrari
Poeta: Vem! Vamos aprender, fala comigo: a-r-t-e
Sabonete: D-i-n...
Poeta: Não! Dinheiro não! A-r-t-e
Sabonete: D-i-n-h-e...
Poeta: A-r-t-e! A-r-t-e! A-r-t-e!
Sabonete: D-i-n-h-e-i...
Poeta: Ai, ai, ai! Dinheiro não! A-r-t-e!
Sabonete: A-r... A-r... A-r...
Poeta: Isso mesmo! Continua: A-r-t-e!
Sabonete: A-r.... A-r... Arame, bufunfa, bronze,capim, caroço, cobre, dimdim, ferro, gaita, grana,jabaculê, jimbra, legume, massa, metal, milho, níquel,numerário, óleo, ouro, pataca, prata, pagode, tacho,teca, tostão, tutu, tuncum, verba, zinco...
Friday, August 24, 2007
Thursday, August 23, 2007
Possibilidades
De Tiago Abad
Desafiar parâmetros, mudar regras, buscar provas... cada um que cuide do seu e cada um que vá atrás do seu conhecimento. As regras são claras, mas nem sempre precisamos seguí-las. Claro, desde que não seja prejudicial pra saúde, que não seja perigoso a alguém e que não tenha efeito destrutivo à nação.
Colocar em prática tudo aquilo que vem à mente, desde aquelas que parecem inúteis ou ao menos que aparentemente não tenham sentido. Já diria o filósofo: "Quem não arrisca, não petisca". O ato de arriscar não prevê momento, não tem hora marcada e muito menos regras. Arrisquei, chutei e é bem provável que acertei... em algum lugar, nem sempre o chute vai no lugar certo. Mas como se tratam de tentativas, o erro, às vezes, pode ser acerto.
O que é acerto, o que é erro? Quem ganha, quem perde? Somei, subtraí ou dividi? Questões dificílimas que se o Silvio Santos tivesse pensado na época camelô de ser, não teria arriscado absolutamente nada, assim como o senhor Casas Bahia.
Estou fazendo uma confusão de palavras pra arriscar falar algo hoje. Não tenho motivos pra dizer algo, muito menos pensar a respeito de uma coisa útil, portanto, estou arriscando... vai saber se este texto não é o que alguém gostaria de ler agora, neste momento.
Desafiar parâmetros, mudar regras, buscar provas... cada um que cuide do seu e cada um que vá atrás do seu conhecimento. As regras são claras, mas nem sempre precisamos seguí-las. Claro, desde que não seja prejudicial pra saúde, que não seja perigoso a alguém e que não tenha efeito destrutivo à nação.
Colocar em prática tudo aquilo que vem à mente, desde aquelas que parecem inúteis ou ao menos que aparentemente não tenham sentido. Já diria o filósofo: "Quem não arrisca, não petisca". O ato de arriscar não prevê momento, não tem hora marcada e muito menos regras. Arrisquei, chutei e é bem provável que acertei... em algum lugar, nem sempre o chute vai no lugar certo. Mas como se tratam de tentativas, o erro, às vezes, pode ser acerto.
O que é acerto, o que é erro? Quem ganha, quem perde? Somei, subtraí ou dividi? Questões dificílimas que se o Silvio Santos tivesse pensado na época camelô de ser, não teria arriscado absolutamente nada, assim como o senhor Casas Bahia.
Estou fazendo uma confusão de palavras pra arriscar falar algo hoje. Não tenho motivos pra dizer algo, muito menos pensar a respeito de uma coisa útil, portanto, estou arriscando... vai saber se este texto não é o que alguém gostaria de ler agora, neste momento.
Wednesday, August 22, 2007
OUÇA... (um conselho)
De Li de Oliveira
Talvez você não se dê conta de o quanto se tornou uma ilha, rodeada por um mar de pessoas. Um mar de problemas. Um mar de coisas imaginárias que você criou em sua solidão. Você vai para sua faculdade, seu trabalho no automático e mal se dá conta da vida que acontece em sua volta. A cada segundo.
E então olhando esse quadro que você e eu insistimos em pintar em nossas vidas, me dei conta, tive a brilhante percepção que existe um culpado para tudo isto!
Ele que anda roubando nossos pensamentos, desviando nossos olhares para um profundo nada. Porque assim estamos, uma legião de pessoas nos movimentando com os olhos presos ao léu. E olha que o Leo, nem é aquele cara saradão da academia.
Hoje em dia ninguém mais conversa. Não falamos de política, tempo, sexo, drogas ou rock'n roll. Não falamos “bom dia” para as pessoas que estão em nossa volta. E se falamos, não ouvimos a resposta. O mundo anda anti-social, e a culpa disto? Oh claro, tenho certeza que é dele!
Ah, maldito seja! Agora eu percebi a lavagem cerebral que sofremos e quantos escravos estamos nos submetendo ser. Será que você não percebe? Não se dá conta de quão fantoche é? Todo palhaço falando sozinho uma língua desconexa que só você sabe do que se trata. E balançando o corpo em um transe que acha que ninguém percebe. E, claro, ninguém percebe mesmo porque cada um está em seu próprio estado zumbi.
Seu mundinho pequeno com seus ouvidos tapados não se dá conta que a tecnologia está a te engolir. Acorda Maria! Acorda João!
Alow!!!!!!!! O inimigo mora ao lado. Ou melhor, mora dentro! Dentro da sua casa e como um diabinho sussurra: "Ouça-me e fique alheio ao mundo. Ama-me e não escute a mais ninguém..." E então você se rende. Porque tudo soa como música aos seus ouvidos...Conselho de amiga? Livre-se do seu Ipod.
Talvez você não se dê conta de o quanto se tornou uma ilha, rodeada por um mar de pessoas. Um mar de problemas. Um mar de coisas imaginárias que você criou em sua solidão. Você vai para sua faculdade, seu trabalho no automático e mal se dá conta da vida que acontece em sua volta. A cada segundo.
E então olhando esse quadro que você e eu insistimos em pintar em nossas vidas, me dei conta, tive a brilhante percepção que existe um culpado para tudo isto!
Ele que anda roubando nossos pensamentos, desviando nossos olhares para um profundo nada. Porque assim estamos, uma legião de pessoas nos movimentando com os olhos presos ao léu. E olha que o Leo, nem é aquele cara saradão da academia.
Hoje em dia ninguém mais conversa. Não falamos de política, tempo, sexo, drogas ou rock'n roll. Não falamos “bom dia” para as pessoas que estão em nossa volta. E se falamos, não ouvimos a resposta. O mundo anda anti-social, e a culpa disto? Oh claro, tenho certeza que é dele!
Ah, maldito seja! Agora eu percebi a lavagem cerebral que sofremos e quantos escravos estamos nos submetendo ser. Será que você não percebe? Não se dá conta de quão fantoche é? Todo palhaço falando sozinho uma língua desconexa que só você sabe do que se trata. E balançando o corpo em um transe que acha que ninguém percebe. E, claro, ninguém percebe mesmo porque cada um está em seu próprio estado zumbi.
Seu mundinho pequeno com seus ouvidos tapados não se dá conta que a tecnologia está a te engolir. Acorda Maria! Acorda João!
Alow!!!!!!!! O inimigo mora ao lado. Ou melhor, mora dentro! Dentro da sua casa e como um diabinho sussurra: "Ouça-me e fique alheio ao mundo. Ama-me e não escute a mais ninguém..." E então você se rende. Porque tudo soa como música aos seus ouvidos...Conselho de amiga? Livre-se do seu Ipod.
Tuesday, August 21, 2007
Uma imagem vale mais que mil palavras
De Thiago Fabrette
Será?
Essa semana, em meu curso de fotografia, assisti um filme muito interessante que tem como tema “a janela da alma”. Contava como as pessoas viam o mundo, mesmo a partir de dificuldades.
Hermeto Pascoal, por exemplo, tem um sério problema de vista. Os olhos dele dançam, de um lado para o outro. Mas isso para ele não é um problema. Tem solução, cabe uma operação, mas para ele, isso não é um problema, na verdade, ele até gosta muito.
Outro personagem: um fotógrafo cego. E que fotografa utilizando uma máquina antiga, que usa ainda filmes para registrar. E... ele fotografa!! E fica muito bom!! Ele afirma que se não fosse cego, ele não poderia fotografar como tal.
Eu me identifiquei com uma cena em particular com o Saramago. Ele cita o livro “Ensaio sobre a Cegueira” e conta um pouco como desenvolveu a idéia, olhando da Janela da Alma (nossos olhos) para fora e também, para dentro.
A partir desse filme, depois de assistí-lo e de me impressionar muito com esse pedaço em particular, foi pedido um exercício sobre minhas impressões, obviamente, registrado em fotografia. E vou tentar aqui, desmistificar que uma imagem vale mais que mil palavras.
Menos de mil palavras explicam uma imagem? DESAFIO. Até aqui, 221 palavras.
Olhei para dentro. Olhei e vi o que é o Thiago de agora. Olhei e vi uma enorme confusão, um turbilhão de coisas, medos, tensões, milhares de pressões, milhares de coisas, e eu ainda sobrevivendo, tentando e conseguindo me destacar dessas pressões, medos e tais, subindo, me expressando através da arte, reencontrada. A fotografia e os textos.
Dá pra imaginar a fotografia que eu fiz? Obviamente, a fotografia que eu elaborei é um conceito.
Uma que mostrava exatamente isso, e o fiz, colocando diversos objetos em uma mesa, bibelôs, isqueiros, moedas, controle remoto, balas de revólveres, adoçante, um dedo de plástico, remédios, cada qual, em confusão, em cima de um jornal e, ao centro, um boneco com um violão, com o rosto iluminado, se destaca dos objetos confusos. A imagem é propositalmente soturna. O fundo é negro, completamente, para aumentar a sensação de escuridão da alma e, à esquerda, aparece uma pequena janela, que é a saída disso tudo, com a imagem do quadro “o grito”.
394 palavras. Expliquei tudo? Consegue imaginar? Esse meu desafio demonstra tudo o que eu queria?
Talvez em uma foto-conceito, que quer somente transmitir uma idéia, isso realmente consiga ser explicado em menos palavras, mas, em uma foto diferente, técnica ou não, em cores, em sentimentos, nada disso se consiga traduzir em palavras.
O resultado desse meu desafio? Simples, essas são duas artes complementares e não, inimigas, como a frase em questão me faz parecer.
Uma imagem vale muito mais se acompanhada de 1000 palavras. E vice-versa.
(470 palavras)
(Quem quiser ver a foto, me manda um e-mail, ok? fabrette@multiclube.com.br)
Será?
Essa semana, em meu curso de fotografia, assisti um filme muito interessante que tem como tema “a janela da alma”. Contava como as pessoas viam o mundo, mesmo a partir de dificuldades.
Hermeto Pascoal, por exemplo, tem um sério problema de vista. Os olhos dele dançam, de um lado para o outro. Mas isso para ele não é um problema. Tem solução, cabe uma operação, mas para ele, isso não é um problema, na verdade, ele até gosta muito.
Outro personagem: um fotógrafo cego. E que fotografa utilizando uma máquina antiga, que usa ainda filmes para registrar. E... ele fotografa!! E fica muito bom!! Ele afirma que se não fosse cego, ele não poderia fotografar como tal.
Eu me identifiquei com uma cena em particular com o Saramago. Ele cita o livro “Ensaio sobre a Cegueira” e conta um pouco como desenvolveu a idéia, olhando da Janela da Alma (nossos olhos) para fora e também, para dentro.
A partir desse filme, depois de assistí-lo e de me impressionar muito com esse pedaço em particular, foi pedido um exercício sobre minhas impressões, obviamente, registrado em fotografia. E vou tentar aqui, desmistificar que uma imagem vale mais que mil palavras.
Menos de mil palavras explicam uma imagem? DESAFIO. Até aqui, 221 palavras.
Olhei para dentro. Olhei e vi o que é o Thiago de agora. Olhei e vi uma enorme confusão, um turbilhão de coisas, medos, tensões, milhares de pressões, milhares de coisas, e eu ainda sobrevivendo, tentando e conseguindo me destacar dessas pressões, medos e tais, subindo, me expressando através da arte, reencontrada. A fotografia e os textos.
Dá pra imaginar a fotografia que eu fiz? Obviamente, a fotografia que eu elaborei é um conceito.
Uma que mostrava exatamente isso, e o fiz, colocando diversos objetos em uma mesa, bibelôs, isqueiros, moedas, controle remoto, balas de revólveres, adoçante, um dedo de plástico, remédios, cada qual, em confusão, em cima de um jornal e, ao centro, um boneco com um violão, com o rosto iluminado, se destaca dos objetos confusos. A imagem é propositalmente soturna. O fundo é negro, completamente, para aumentar a sensação de escuridão da alma e, à esquerda, aparece uma pequena janela, que é a saída disso tudo, com a imagem do quadro “o grito”.
394 palavras. Expliquei tudo? Consegue imaginar? Esse meu desafio demonstra tudo o que eu queria?
Talvez em uma foto-conceito, que quer somente transmitir uma idéia, isso realmente consiga ser explicado em menos palavras, mas, em uma foto diferente, técnica ou não, em cores, em sentimentos, nada disso se consiga traduzir em palavras.
O resultado desse meu desafio? Simples, essas são duas artes complementares e não, inimigas, como a frase em questão me faz parecer.
Uma imagem vale muito mais se acompanhada de 1000 palavras. E vice-versa.
(470 palavras)
(Quem quiser ver a foto, me manda um e-mail, ok? fabrette@multiclube.com.br)
Monday, August 20, 2007
Caixas de Pandora individuais
De Suzana Marion
Hoje eu preciso falar de luto, mas luto pra mim não é apenas a dor da perda para a morte, é a dor da perda ponto. Ultimamente tenho visto muita dor, muito luto e vivido as minhas próprias perdas. Mas como sou a favor de sofrer tudo de uma vez, até a última gota, não vejo sentido em guardar a dor numa caixinha lá no fundo e viver como se nada tivesse acontecido, porque a caixa se abre no momento mais inoportuno, como se a avó caduca do seu namorado, ou aquele tio inconveniente, resolvesse perguntar sua idade ou seu peso no meio do almoço de domingo.
Você acha que eu pareço louca por querer sofrer de uma vez? Mas você conhece a história da caixa de pandora, não é? Todas as dores do mundo estavam numa caixa até que Pandora foi induzida a abrí-la. Então, quase todos os males foram liberados de uma só vez e, se não fosse o medo de Pandora, o último mal teria sido liberado e aí já era a esperança, já era o nosso mundinho! Pois é disso que eu estou falando, de acumular toda a dor e toda a mágoa e depois começar a chorar assistindo comercial de margarina! De fingir que nada aconteceu e depois perder o controle numa discussão sobre o sabor do pastel na feira. Estou falando de perder o seu filho ou seu pai e não dar o tempo devido ao luto, tornando desastroso o nascimento de um novo filho ou o relacionamento com a sua mãe, por exemplo.
E agora alguém pode pensar: “falou a psicóloga”, “falou a dona da verdade”, mas não é essa a minha intenção. O que eu quero mesmo é tentar tirar de dentro de mim a tristeza que eu sinto pelos outros, porque senão eu não posso ajudar. O que acontece no Admirável Mundo Novo de Huxley não acontece com a gente. As pessoas ali eram condicionadas a ver a morte como ganho e não como perda, tinham a crença de que todos eram células do corpo e você não chora quando faz esfoliação, certo? Mas a nossa visão é de que somos um corpo, e o corpo todo sofre quando se perde um membro. O mais perto que podemos chegar daquele desprendimento está em algumas religiões e culturas, como por exemplo o Shivah dos judeus, mas não deixa de haver tristeza e sofrimento, mesmo que haja algum tipo de celebração.Assim, se eu pudesse, aconselharia a todos a não trancar suas dores e medos, pediria pra lutar até superar, pra só então se ver livre das amarras, dos erros cometidos e das fatalidades dessa vida. Quero que o luto vá embora e que você viva.
Hoje eu preciso falar de luto, mas luto pra mim não é apenas a dor da perda para a morte, é a dor da perda ponto. Ultimamente tenho visto muita dor, muito luto e vivido as minhas próprias perdas. Mas como sou a favor de sofrer tudo de uma vez, até a última gota, não vejo sentido em guardar a dor numa caixinha lá no fundo e viver como se nada tivesse acontecido, porque a caixa se abre no momento mais inoportuno, como se a avó caduca do seu namorado, ou aquele tio inconveniente, resolvesse perguntar sua idade ou seu peso no meio do almoço de domingo.
Você acha que eu pareço louca por querer sofrer de uma vez? Mas você conhece a história da caixa de pandora, não é? Todas as dores do mundo estavam numa caixa até que Pandora foi induzida a abrí-la. Então, quase todos os males foram liberados de uma só vez e, se não fosse o medo de Pandora, o último mal teria sido liberado e aí já era a esperança, já era o nosso mundinho! Pois é disso que eu estou falando, de acumular toda a dor e toda a mágoa e depois começar a chorar assistindo comercial de margarina! De fingir que nada aconteceu e depois perder o controle numa discussão sobre o sabor do pastel na feira. Estou falando de perder o seu filho ou seu pai e não dar o tempo devido ao luto, tornando desastroso o nascimento de um novo filho ou o relacionamento com a sua mãe, por exemplo.
E agora alguém pode pensar: “falou a psicóloga”, “falou a dona da verdade”, mas não é essa a minha intenção. O que eu quero mesmo é tentar tirar de dentro de mim a tristeza que eu sinto pelos outros, porque senão eu não posso ajudar. O que acontece no Admirável Mundo Novo de Huxley não acontece com a gente. As pessoas ali eram condicionadas a ver a morte como ganho e não como perda, tinham a crença de que todos eram células do corpo e você não chora quando faz esfoliação, certo? Mas a nossa visão é de que somos um corpo, e o corpo todo sofre quando se perde um membro. O mais perto que podemos chegar daquele desprendimento está em algumas religiões e culturas, como por exemplo o Shivah dos judeus, mas não deixa de haver tristeza e sofrimento, mesmo que haja algum tipo de celebração.Assim, se eu pudesse, aconselharia a todos a não trancar suas dores e medos, pediria pra lutar até superar, pra só então se ver livre das amarras, dos erros cometidos e das fatalidades dessa vida. Quero que o luto vá embora e que você viva.
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