De Li de Oliveira
Lady Leydiane mal podia crer em sua falta de sorte. Suas mãos estavam geladas e tremulas e seu pensamento ia longe... Voava! A propósito, pelo visto é a única coisa que poderia voar ali. Estava ela no aeroporto de Guarulhos, a espera do seu vôo. Vôo que estava atrasado.
Essa seria no mínimo a viagem dos seus sonhos, estava a caminho de Porto Seguro, para conhecer Jorge Welson, o homem da sua vida. Há três meses eles teclavam pela internet, se conheceram na comunidade do Orkut “Românticos Assumidos”. E o amor havia nascido assim, à distância. E agora, finalmente o conheceria pessoalmente! Mas e este vôo??
Olhou mais uma vez o painel... E nada. Nem sombra que seu vôo sairia. Pensou comprar uma revista para se distrair. Enquanto olhava as manchetes, decidindo qual levaria, uma voz surgiu aos seus ouvidos.
- Aposto que a guria vai morrer para que tenha assunto para o resto da novela.
Lady Leydiane olhou para um lado, para o outro e ninguém estava tão próximo para que o comentário pudesse ser com outra pessoa. Mirou o homem a sua frente, era loiro, de porte atlético, olhos claros. Sim, ele era bonito demais, porque falava com ela?
- Desculpe, tu não sabes que estou tão cansado de esperar meu vôo, que acho que se não conversar com alguém enlouqueço. Prazer sou Sandro Anderson.
- Oh, prazer, sou Lady Laydiane. Seu vôo também está atrasado? Bom, isso não é novidade. – Ela riu tímida.
- Ah estais no mesmo barco? Ou melhor, no mesmo avião? Ou melhor, avião é que não estamos mesmo, não é?
- Verdade, avião é o que está bem difícil para estar ultimamente. Para onde vai?
- Sou de Porto Alegre, sabes. Mas vou a Belo Horizonte a negócios. Isto se esse negócio aí resolver levantar vôo.
Mais uma vez ela riu, desta vez mais largamente, ele era extremamente agradável. Além de inegavelmente bonito. Estava sendo muito bom poder contar com esta companhia tornando os momentos de aflição, em leves sorrisos.
- Ah, eu estou indo para Porto Seguro, mas farei escala em Belo Horizonte. Você vai de PAM?
- Não! Com os últimos acontecimentos... PAM é o que ela faz quando chega ao chão. Não, meu vôo é o KY 6969. E o seu?
- Sério? Também irei neste!
- Oh pelo menos teremos companhia até o vôo sair. Você não fugirá antes de mim.
- É ... parece que não...
- Mas então, vai morrer?
- O que??????
- Calma! A guria da novela, estas para morrer para que haja vários suspeitos.
- Nossa, que susto Sandro Anderson, não pode falar assim em um aeroporto! – ela não conseguia parar de sorrir para ele.
- Guria, se continuar a sorrir assim, não me importo de chegar em Belo Horizonte amanhã.
A conversa fluiu durante toda a espera, durante todo o vôo. Inclusive, Lady Laydiane segurou a mão de Sandro Anderson bem apertada ao levantar vôo. E sentiu um aperto, não pelo avião que subia e sim no coração. Quando chegou em Belo Horizonte, tinha descoberto novos caminhos e sentidos a sua vida. O que pensava que era amor, não era. Tudo fez um sentido muito maior ao conhecer Sandro Anderson. Então, limitou-se a mandar uma mensagem de texto a Jorge Welson: “Jorge Welson não me espere mais, no aeroporto eu entendi o conselho da ministra. Vou segui-lo!”.
Wednesday, August 08, 2007
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9 comments:
Embora seja de um assunto delicado, dei mta risada, princpalmente com os nomes
beiJUcas
muito bom, Li!!! (Fabio 'ká' Ruiz)
Uau, a ind�stria mexicana de nomes para novelas ta perdendo um enorme talento!!! rss
Mas tipo assim, eu � sei qual � o conselho da ministra, ent�o blz!!! Mas adorei a cr�nica, como sempre usou e abusou da ironia!!!Eu como boa ir�nica, adoroooooooo isto!
Beijinhos
Helbi
C'est la vie!!!!
Frase feita mas:
"O amor está aonde menos se espera!"
autor: não faço ideia, mas é a pura verdade.
lady o que?? Sandro o que?? hauhauha !!! isso saiu de novelo mexicana?? huahuahua
Adorei!!!!! principalmente a parte do relaxa e aproveita!!! hauhau
Beijos
Isso sim é uma crônica! Um assunto atual e polêmico inserido num contexto cômico (engrosso o coro do "que nomes são aqueles?") e um final não convencional... Mandou bem, Li!
Excelente!!!... e pra que procurar algumas coisas tão longe... se tem tanto no ar à nossa volta!!...
Seu bom humor e a graça do texto deixam algumas coisas mais doces...
Tô sensível hoje!...rs
Saudades!
Beijão
fála pra mim, que tu te inspirastes no meu sotáque gaúcho...e nas minhas intermináveis horas em aéroportos...
A parte de ser simpática (leia-se "dar móle")pro carinha, tu nao te inspirou em mim. Agora que to meio-casada (existe "meio-casada?!")...eu to muito "quase-séria", rsrsrs...
Li...minha MINA do coraçao: Vc ta mandando muit bem, como sempre...
Aplausos pra vc!
beso
ass.: Aéromina*
Essa estória eu quase conheço...é tirada de um rapaz de Floripa q ia p Sampa conhecer uma moça que ele conheceu na comu do orkut: I love Li Oliver..hehehe...mas não foi porque a Cia era a TAM (transportes aéreos mortíferos)...tá devendo a visita..rsss
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