De Léo Lousada
Às 06:00h, Dona Corruptela já estava acordada e dando café para as crianças. Como sempre, estava com pressa e pegou um pacote de bolacha para ir comendo no caminho. Às 07:00h estava saindo de casa e lembrou que seu carro estava no rodízio, mas já conhecia um caminho em que não havia nenhum CET até o colégio das crianças. Foi fazendo o caminho e realmente não havia fiscal para multá-la.
Ia dirigindo e comendo suas bolachas e assim que acabou o pacote, ela não pensou duas vezes e o atirou pela janela.
Quase chegando ao colégio, lembrou que havia deixado roupa de molho na máquina e aproveitou para ligar do celular para casa para avisar a empregada de ligar a máquina de lavar. Entre as manobras com uma mão só e as ordens para a empregada, Dona Corruptela chegou ao colégio das crianças. Como sempre parou o carro em fila dupla e deixou os filhos no colégio.
Às 07:30h já estava a caminho do trabalho e decidiu comprar uma pasta numa papelaria para apresentar o novo projeto pelo qual ela estava trabalhando há um mês. Parou em local proibido, pois era rapidinho, e lá foi comprar a pasta. Comprou e foi ao trabalho.
No trabalho, Dona Corruptela fez sua apresentação com maestria e habilidade, deixando a todos na sala muito convencidos de seu projeto. Era um projeto pequeno, mas seria para a prefeitura e isso poderia render bons frutos para a empresa onde Dona Corruptela trabalhava. Entretanto, um dos sócios da empresa lembrou sua funcionária que era um projeto público e que haveria licitação, e o projeto de Dona Corruptela não era dos mais baratos. Mas nossa heroína já tinha uma resposta pronta: ela iria inscrever mais duas empresas fantasmas com preços maiores para garantir a aprovação de seu projeto. Foi muito aplaudida e ela não sabia, mas depois seria promovida por isso.
Aquele dia Dona Corruptela saiu mais cedo do trabalho (afinal, ela merecia) e foi até uma doceria. Novamente ela parou em local proibido, afinal era rapidinho de novo, e comeu seu doce. Seu doce sucesso. Ao sair deu de cara com um “marronzinho” preparando o talão para multá-la. Depois de uma curta conversa e R$ 20,00, Dona Corruptela escapou daquele vilão que queria estragar seu dia.
Decidiu pegar as crianças mais cedo na escola, pois já eram 17:00h e seguindo pelo caminho sem “CETs” chegou a sua casa.
Fez o jantar e sentou-se no sofá para ver o Jornal Nacional com seu marido. Dona Corruptela ficou horrorizada com o escândalo do Ministro de Minas e Energia. “É um absurdo esse país, os políticos que deveriam dar o exemplo e olha só a quantidade de maracutaia que eles fazem”.
E esse foi mais um dia de Dona Corruptela. Uma típica brasileira.
Thursday, May 24, 2007
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4 comments:
Grande primo!
ótima história... só faltou falar que a D. Corruptela era casada com um tal de... Gerson... hehehehhee
Um forte abraço!
ae.. gostei bastante do seu texto... tb dou uma de Corruptela as vezes, não posso negar...
vc e o Antônio Prata do blônicas na maior sintonia, hein?rs
bjx
Tranca ela no armario, ela é um perigo as ruas!!! rsrsr
Beijoss
Não sei o que deixa mais puto... os CETs ou D. Corruptela... hehehe afinal de contas, 20 mangos faz a felicidade de um imbecil desses... abraço!
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