Tuesday, March 20, 2007

O doce sabor da ignorância

De Thiago Fabrette

Já dizem as más línguas. Nosso presidente nunca sabe de nada. Que ótimo! Esse é o doce sabor da ignorância.
Nos imuniza, nos permite tantas coisas!
Ignorar é, de acordo com o dicionário: não ter conhecimento de; não saber, não tomar conhecimento ou desprezo, indiferença.
Ignorante é: Que ou quem ignora (tem ligação hein); Que ou quem não tem instrução (xi, começou a perder ligação); Quem não tem educação, estúpido, grosseiro.
Pronto. Meu presidente, você ignora ou é ignorante? Ou os dois?
Bom, mas até aí, falar do presidente é fácil, vai lá sentar e ser presidente (como disse a ex-prefeita Marta Suplicy, em um acesso de “quem não tem educação, estúpido, grosseiro”).

E falar de nós? Fingimos que não temos conhecimento para fugir de obrigações, não tomamos conhecimento para fugir das mesmas. Desprezamos o vizinho do elevador, estamos indiferentes ao nosso planeta a ao que estamos fazendo a ele. Raras exceções, somos todos ignorados, ignorantes, praticamos a ignorância.
Praticar a ignorância consciente é realmente, assumir uma postura. Assuma uma postura, se assim quiser, mas não tente mascarar esse fato, ao menos para você mesmo.

Já que isso é um blog e a proposta está para “escrever crônicas”, quero ainda levar um registro pessoal de ignorância – to usado o blog como divã.
Quando não sabia que tinha distimia, pânico, fobias, era feliz. Convivia com isso numa boa, ficava mal humorado, bem humorado, tinha medos, fobias, mas não tinha a mínima consciência disso e, por isso, convivia, não esperava, não me tocava no que acontecia e por isso, sofria menos.
E agora? Três anos de terapia me deram uma nova consciência. Ah, doce sabor da ignorância.
Pra que saber que vamos entrar em pânico? Parece que isso traz mais pânico.
Pra que saber que aquele mau humor é depressão? Pra tomar remédio? Pra dar desculpas? Pra mandar todo mundo às favas com um consolo (essa parte é legal)?
E pra que saber que tenho medo de dentista? Pra evitar? Pra quê, meu Deus.

É Lula, acho que não te condeno não.
Já foi o tempo que o doce sabor da ignorância me deixava viver em paz. Agora, pra viver, pra seguir, dá-lhe Prozac.

5 comments:

Suzana Marion said...

putz... eu tb me escondo atras do não saber. shame on me!
é verdade essa história de distimia?

bjx

Anonymous said...

É meu caro...o saber. Quando a gente resolve questionar, e ir atrás, buscando conhecimento é que o problema emplaca. Quanto mais se estuda, mais se aprende, mais dúvidas aparecem. Mas o que é melhor? Seguir adiante ou se tornar um completo ignorante? Ser ignorante te limita o campo de visão, fazendo com que a vida seja mais simples. OK.
Mas quando vc começa a questionar e a aprender,olha para aquele ignorante sente pena (ou raiva) dele. Não consegue entender como alguém pode se tornar tão limitado. Vê as coisas com mais clareza (sim é algo dúbio...vc tem mais dúvidas, porem enxerga coisas consideradas mais simples com maior facilidade).
Finalizo com 2 ditados....qual voce prefere?
''Less is more''
ou ''em terra de cego quem tem um olho é rei''
??

Abraço

Acerola das Neves said...

No contexto social, político, religioso e até futebolístico, ser ignorante é uma benção... o Lula ainda tem desculpa, se algo pesa na consciência, cachaça nela!! rsrsrs abraço!
Tiago Abad

Anonymous said...

Grande e saudoso amigo Thiago,

Pois é!

Já teve alguém que disse que certas pesoas fazem da burrice uma virtude... e uma profissão!
Outro, já disse o seguinte: "Deus deve amar muito os imbecis! Afinal de contas, Ele fez um montão deles mundo afora!"
Até mesmo Cristo, quando disse: "Abençoados sejam os pobres de espírito, porque deles será o reino dos céus!"

Né não?
Então!
Abraços

Li de Oliveira said...

Ehehe sinta-se a vontade Thiago para começar o próximo texto como "querido diario", é sempre um prazer lê-lo.
Beijos.