Monday, June 18, 2007

O Tempo não é o que espera*

De Luciana Muniz

Quando se têm vinte e quatro horas para cuidar da própria vida e uma imensa necessidade de fazer hora extra na vida dos outros se faz presente, há algo errado...
O tempo, grande filósofo do universo, é curto demais se formos pensar em uma vida de sessenta, setenta anos em média. O que dá para ser feito neste período? Quantas transformações e descobertas o ser humano consegue em sessenta e cinco anos?
Alguns conseguem entender os sinais divinos e valorizam aquilo que realmente interessa: A simplicidade de compreender que algumas coisas não têm explicação. Os sentimentos não têm explicação, as aptidões naturais também não e aquela minha amiga insistentemente curiosa também não!
Me desespero para completar meus projetos, às vezes amaldiçoou o tempo que ora passa depressa demais, ora lento demais para as minhas necessidades, e no entanto minha querida amiga nada faz além de criticar as minhas atividades!
“ – Você está magra demais!”.
Ela sabe o quanto eu odeio ser “magrinha”...
“ – Nem parece que estuda Sistemas de Informação...”.
Sou analista de sistemas e não PHD em pau de computador!
E por aí vai...
Às vezes tenho um ataque de raiva e sumo da convivência desta minha amiga, meses se passam até que ela me liga super deprimida porque não consegue arranjar um namorado. Como tenho um coração de manteiga derretida esqueço tudo e acabo exaltando todas as suas qualidades, pois sei o quanto ela é carente...
Dias depois, ela já recuperada da carência emocional, me convida para uma baladinha básica, afinal não há momento mais sublime da solteirice do que duas amigas saírem juntas para dançar. Coloco a calça jeans, o corselete preto, o salto alto e vamos em frente!
Mas quando os caras se aproximam de mim... Lá vem a minha “amiga” fazendo questão de relembrar as minhas bebedeiras, as festas em locais mal escolhidos e outras cenas que eu gostaria de esquecer. Não que os gatinhos dêem ouvidos a ela, porque logo percebem a tática desesperada de denegrir a imagem do “inimigo” para ficar por cima da carne seca, e naturalmente começam a evitá-la.
Juro que eu não tenho ódio da minha amiga. Sim... Eu ainda a considero minha amiga... Meus momentos de solidão me mostraram as coisas que são realmente importantes nesta vida e isso não inclui dietas absurdas, necessidade de ser a mais bonita ou a mais popular ou impor minha presença aos meus amigos.
Muitas vezes paro para pensar e invariavelmente fico com pena dela, pois sinto que ela ainda está muito preocupada com coisas menores, talvez demore muito para compreender que pode ser feliz mesmo sendo gordinha, carente e curiosa. Basta que se dê conta disso... E que faça isso logo, pois o tempo não é o que espera!


* Desconheço o autor da frase, quem souber avise-me please! ;)

8 comments:

Xaxim said...

Tem uma frase mto bacana que diz o seguite: "o chato não desperdiça o seu tempo, desperdiça o tempo dos outros"
Estava conversando sobre isso com uma tia hj, é incrivel a quantidade de gente que fica reclamando e esperando que as coisas caiam no colo, coisas como dinheiro, emprego, carinho e por aí vai, ao invés de aproveitarem o tempo e batalhar pelo o que realmente querem, se é que querem algo da vidam, mas parece que reclamar é mto mais facil que tomar uma atitude séria.

Quanto a sua amiga..., espero que seja ficticia, pois se ela passar por aqui acho que vc terá uma ex-amiga.

beijos e se cuide!

Anonymous said...

Belissimo texto minha amiga.Manda um abraço pra sua amiga(adoro gordinhas!).

Anonymous said...

Calma gente!!!

A "amiga" é fictícia sim!! rsrs

Os que me conhecem bem sabem que eu não suportaria alguém assim por muito tempo! ;)

Camila Fernandes said...

Pâtz... acho que todo mundo já conviveu com alguém assim. O mais interessante de tudo é que eu te fazer parecer ruim não me torna melhor. Rs!

Na boa? Tira essa menina da jogada. Com uma amiga dessas você está bem-servida de inimigos.

Não é questão de ter raiva, mas de se auto-preservar. Amizade é uma relação ganha-ganha. Se for unilateral, a troco de que ela existe? Você não pode ser a válvula de escape de outra pessoa para os próprios defeitos. É desgastante demais!

Na dúvida, se ainda houver algo que valha a pena nessa "amizade", diga na cara o que te incomoda e veja se assim ela não toma vergonha na cara. Rs!

Beijão.

Camila Fernandes said...

Ahahahah! É fictícia? Ufa. Good for you! Eu já estava aqui toda revoltada, rs.

Bruno Carvalho said...

Amiga hein? É uma boa não tem rancor. Eu já teria desistido há tempos...
Otimo texto!
Mais uma vez, parabéns!

Anonymous said...

Poxa, sempre tem uma dessas, eu tive uma MALA que me enchia o saco por no mínimo 35 horas por semana... Era realmente um saco, ainda bem que parei de estudar com essa MALA INFELIZ!

hehe Lu, muito legal, pensei que era uma amiga mesmo ahshashuahua, ja ia falar...Manda ela "Relaxar e ..." como diz a querida Prefeita da Cidade mais Lenta do País!

Li de Oliveira said...

Mas ta aí o sentido da amizade: aceitar os outros como eles são.

Beijosss.